a razão que nos trás a cura de nós mesmos
de nenhuma vontade de fazer diferente
era sempre o que volta por vezes infinitas
engolir o choro e esperar o próximo ônibus
sentados em chão de frio e lama da chuva de ontem
o céu não tem nada para nos fazer sorrir
sorrimos por qualquer coisa que faça chorar
os machucados nos dedos de tanto roer
temos unhas para arranhar as janelas
e um futuro é mais que qualquer futuro ou seja
sequer o sabor de saber qual gosto sentir
na boca que trás sede e desespero
o desejo e a falta de vergonha na cara
reflexo de um espelho pendurado em um quarto escuro
onde as entrelinhas dizem mais que o poema
fruto do ventre podre que colonizam moscas
enfeitam nosso véu de seda falsificada
temos um pouco de terra debaixo dos nossos pés
para que possamos andar descalços
quantas vezes ainda quisermos nos enganar
que há por mais além que fosse
daqui em diante
um cenário retrato de paisagem
menos cinza e um pouco mais refrescante
quarta-feira, 21 de maio de 2014
segunda-feira, 19 de maio de 2014
vídeo cassete
o mesmo tempo era de voltar atrás
a unanimidade da insegurança
tentamos afoitos remar para de volta
dos braços calados do nosso lar
tenho por onde me segurar
e escolher os melhores momentos
em um retrocesso rápido demais
nos antigos aparelhos de rebobinar
era mais que um pouco de perdão
e ter tido tempo a vida toda à toa
satisfaz o menor dos cuidados
em todos os menores pecados
as imagens e monocromos
nos meus olhos platinados
a unanimidade da insegurança
tentamos afoitos remar para de volta
dos braços calados do nosso lar
tenho por onde me segurar
e escolher os melhores momentos
em um retrocesso rápido demais
nos antigos aparelhos de rebobinar
era mais que um pouco de perdão
e ter tido tempo a vida toda à toa
satisfaz o menor dos cuidados
em todos os menores pecados
as imagens e monocromos
nos meus olhos platinados
repleto de elétrons rejeitados
era ainda tempo de voltar atrás
era ainda tempo de voltar atrás
domingo, 18 de maio de 2014
uma e quarenta e seis
temos os mesmos sabores em nossos lábios
tanto comemos terra e fincamos raízes
levamos nas costas as ferramentas
necessariedades tantas
estamos muito longe de onde começamos
morremos de medo do esconderijo
nossa cama é insegurança tanta de outros
dormimos em qualquer lugar que faça o escuro
sem importar o verdadeiro sentido da vitória
somos derrotados e não exibimos a vergonha
estaremos em mesmos destinos e horas distintas
de ser o cansaço desde o início de qualquer dia
as diferentes formas de hemorragia
em todo o restante de nossas vidas
onde esperamos todos os restos de nossas vidas
todos os pequenos pedaços espalhados
onde nada que viesse realmente nos atingiria
levamos nas costas as ferramentas
necessariedades tantas
estamos muito longe de onde começamos
morremos de medo do esconderijo
nossa cama é insegurança tanta de outros
dormimos em qualquer lugar que faça o escuro
sem importar o verdadeiro sentido da vitória
somos derrotados e não exibimos a vergonha
estaremos em mesmos destinos e horas distintas
de ser o cansaço desde o início de qualquer dia
as diferentes formas de hemorragia
em todo o restante de nossas vidas
onde esperamos todos os restos de nossas vidas
todos os pequenos pedaços espalhados
onde nada que viesse realmente nos atingiria
quinta-feira, 15 de maio de 2014
cobertores e manchas de cigarro
a dor é mais bela em olhos dos outros
das vozes em que damos a vontade
um meio de comunicar-se
a carne que escorre dos nossos olhares
o fogo da roupa estendida
impregna o querosene de afoito
morremos de medo do fósforo
caímos de pés descalçados
somos o fim e as cobertas enegrecidas
somos os sabores da igualdade metafísica
resvalamos em misérias verdades
diferimos em lados opostos
sobrepostos
sobre atentos
desatentos e sonhando de sono
dormimos de mãos acordadas
temos as máquinas e a sombras que respiram
e suspiros e fluídos corpóreos
onde guardamos os recados
e esperamos até de manhã
das vozes em que damos a vontade
um meio de comunicar-se
a carne que escorre dos nossos olhares
o fogo da roupa estendida
impregna o querosene de afoito
morremos de medo do fósforo
caímos de pés descalçados
somos o fim e as cobertas enegrecidas
somos os sabores da igualdade metafísica
resvalamos em misérias verdades
diferimos em lados opostos
sobrepostos
sobre atentos
desatentos e sonhando de sono
dormimos de mãos acordadas
temos as máquinas e a sombras que respiram
e suspiros e fluídos corpóreos
onde guardamos os recados
e esperamos até de manhã
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