amaldiçoaram as bocas sem fome de nada
que a lingua morde e fala dos dentes
cala-te boca que cospe pesares
era de vontade que fosse insignificar
falar demais em sonhos e olheiras
dormir nunca é o bastante
apaga-te o fogo de acordar
o cheiro atrai os carniceiros
rondam em círculos perfeitos
desenhados com sangue dos dedos
era para ontem que amanhecer
não fez tanta importancia fazer
e as contas de um mundo de lá
são pouco demais para nós
falamos errado
e cultuamos paroxítonas
o pecado não é o alimento
é o ato de alimentar