Das mãos que de trêmulas
Disfarçam um sabor diferente
A fim de sanar os pecados do outro
Enfim
Sóbrios desleixos da noite
O escuro justifica o afoito
Meio de torto e trejeitos
Minha sombra de dúvida que habita
Mora de longe e morre de fome
Fome do que morre a roer
E matar por pecado qualquer
As unhas fincadas na pele
Que de pele e aparências estamos
Existir e ser
E estar é tempo suficiente
Dormente de toques e rosto
O desejo que de morrer lentamente
Na cama em que faz
O rangido dos dentes
Sonhar o indescritível conforto
De almofadas ortopédicas
E dedos indiferentes