as futilidades dilaceradas do caráter
dentre todas as verdades engolidas e ruminadas
amamos ao próximo e exigimos algum objeto de troca
o sistema que nos emancipa das responsabilidades
deixa de lado todas as frustrações e comove-nos
coração e ossos e dedos ouvidos para dizer-nos o que fazer
cabeças atoladas em lama e mediocridades
estatura e coluna ereta e reflexos descompassados
dentro da armadura de zinco e pele e suor
as lágrimas que faltaram para acender o fogo
abrirmos uma clareira e passar o resto da vida
migalhando um bocado de feições e delícias
é tão comovente e demasiado simplório
a fuga da irracionalidade
onde atribuímos o que poderia ser o conceito de realidade
morrer de medo
ou continuar fingindo
com o cabelo cortado e as unhas enegrecidas
fabricando a vaidade enlatada
pensamos com nossas mentes e palavras pequenas
para esconder toda a mentira que ainda somos
insistimos em dizer que não somos mentirosos
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