não lembrávamos mais de como sentir dor
ainda assim acabaram os analgésicos
um amontoado de memórias
caixas de papelão e mordaças
amamos a todos que apareciam
oferecendo um pouco de conforto e luxúria
queremos o corpo de qualquer deus
em frascos os que enfeitem prateleiras
temos poeira e o nascimento de outro salvador
era tudo aquilo que podíamos carregar
apodrecíamos debaixo do mesmo sol
com nossas carcaças salgadas
lambendo os beiços
tremendo de frio
ostentando um bocado de medo
do escuro
este que poderia ser o único abrigo
não temos muito o que reclamar
desistiríamos
cuspiríamos
cobriríamos nossos corpos
com a vergonha de não querer despertar
abrir os olhos
nossos olhos brilhantes
que varreriam distancias imensuráveis
não tememos a sombra do outro
tudo é tão limpo e imperfeito
as vidraças e abraços forçados
os beijos e jeitos de andar
queríamos o melhor caminho
transaríamos e deixaríamos
nossos restos espalhados pelo chão
pedimos a chuva e ela veio
afogando a todos os que nos olhavam
com seus semblantes vulgares
um pouco do nosso sangue
só
era desejo que baste
e matariam por isso
antes do anoitecer
arrancaram-lhes as cabeças
um a um
e nenhum ao desespero
lhe trariam os filhos
nem choro nem berro
nem os sonhos profanos
as belas imagens
paisagens
um punhado de flores nos bolsos
o perfume de onde devemos voltar
ainda assim acabaram os analgésicos
um amontoado de memórias
caixas de papelão e mordaças
amamos a todos que apareciam
oferecendo um pouco de conforto e luxúria
queremos o corpo de qualquer deus
em frascos os que enfeitem prateleiras
temos poeira e o nascimento de outro salvador
era tudo aquilo que podíamos carregar
apodrecíamos debaixo do mesmo sol
com nossas carcaças salgadas
lambendo os beiços
tremendo de frio
ostentando um bocado de medo
do escuro
este que poderia ser o único abrigo
não temos muito o que reclamar
desistiríamos
cuspiríamos
cobriríamos nossos corpos
com a vergonha de não querer despertar
abrir os olhos
nossos olhos brilhantes
que varreriam distancias imensuráveis
não tememos a sombra do outro
tudo é tão limpo e imperfeito
as vidraças e abraços forçados
os beijos e jeitos de andar
queríamos o melhor caminho
transaríamos e deixaríamos
nossos restos espalhados pelo chão
pedimos a chuva e ela veio
afogando a todos os que nos olhavam
com seus semblantes vulgares
um pouco do nosso sangue
só
era desejo que baste
e matariam por isso
antes do anoitecer
arrancaram-lhes as cabeças
um a um
e nenhum ao desespero
lhe trariam os filhos
nem choro nem berro
nem os sonhos profanos
as belas imagens
paisagens
um punhado de flores nos bolsos
o perfume de onde devemos voltar