todo
aquele gosto amargo
descia
pelo ralo
pelo
canto dos olhos atentos
temos
muito cuidado
e
poucos lugares onde esconder
o
abismo
responde
com seu hálito lúgubre
vamos
embora para casa
nos
aquecemos em jornais
onde
todos deixaram seus corpos enfileirados
mãos
atadas em troca de conforto
trocados
verbos palavras erradas
destinos
não ligados
nada
dessa baboseira de acaso
a
cada pedaço arrancado
da
nossa pele
largados
os cacos deixados
pelo
caminho
fazemos
rastros e rostos
bocas
e caras
deveres
teríamos
qualquer outra coisa a fazer
nosso
manto sagrado
entrelaça
nos
dedos manchados de carvão
monóxidos
e extratos vegetais
falamos
em línguas e vozes tantas gritadas
sinais
de fumaça
somos
um mundo inteiro
de
luz apagada
e
falsos retratos
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