a frágil mente que guarda segredos
em gavetas trancafiadas e dedos escorregadios
juntados em bolsos de remendos e misericórdias
sorriso dos dentes esquecidos e amarelados
e o amarelo perde toda a intensidade da cor
o sol não chega mais perto de onde estiver
perdi a chave no meio do caminho e não sei voltar
ainda não são onze horas e a noite insiste em demorar
pra detrás de toda plantação que cresce impaciente
a plantação que morre e renasce e apodrece
revigorando os cantos mais escuros e esquecidos
fincando nas sombras onde tem casa permanente
assim como todos os que já saíram
escondidos em espelhos que condenam cada movimento
num lugar qualquer distante longe de tudo e distante
de quaisquer perigos do mundo
ficaremos aqui todas as noites até o medo passar
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