ressabiados como outras vezes antes, carecemo-nos de vontade própria, e prostramos a esperar, cobertos de sordidez e paciência, tudo quanto fosse, mesmo que por pouco tempo, confortável e caloroso. peito aberto em feridas negras, entalhadas em moscas e vestes imundas, arrancamos coração com punhos de ferro, jogamos lixo, tudo o que poderia ser descrito como amor. por que amor que se valha, não deixa morrer outro de fome, com tripas magras, despostas em meio a poeira e sombras. sentado em cu cansado de sentar, esperar e chover, molhando e afogando mágoas, estritamente reservadas em garrafas de aguardente de inferior qualidade.
o sol não acorda mais e a tu, que não mais que ninguém diferente, ou especial ou coisa assim, deixou de passar a tanto tempo, imploro eu mais um bocado de cuidado e abraços e dentes. já não carrego comigo os meus. vejo com olhos outros, dias e noites passando, cansando e fedendo a merda, e além de tudo quando fosse real ou melhor, ou mesmo carregado de anestésicos ilícitos, aqueles cuja função serve apenas para facilitar momentos breves, esperei em pele, esperei em carne e osso, esperei. então como se nada fosse facilitadamente disposto de modo organizado, pronto a nos trazer respostas quantas fossem, não avistei a tu outra vez. não vi mais nada.
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