o trem na plataforma dois acabou de chegar
vinte e sete dias atrasado
não teria o que sobrar deste lado
o terreno que não sente saudade de quem pisa
com os pés descalços e inflamados
a bactéria que corrói a sabedoria
cria de novo o verdadeiro monumento
mundo que traça as horas e espaços
os livros esburacados
em todas as salas vazias e cadeiras empilhadas
os jornais pela manhã e o cheiro do café resfriado
no menor dos cuidados e acontecimentos aleatórios
ter mais o que fazer do mesmo sempre
o mesmo palpitar de sabores retardados
como que os finais felizes jamais contados
onde em que nunca existiu o principe
e a princesa sempre morre
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