deixo de lado minhas vontades
exigiram muito de pouco a oferecer
avistei as sombras correndo em direções contrárias
carregando desculpas e sofrimento
em sorrisos delicadamente apavorados
buscando ternura em suicídio
poucas palavras na garganta
descem amargas
outras vezes antes, deixamos de lado tanta compostura
para sermos pouco mais de nós mesmos
e fingimos as doses diárias de sossego
acreditando em pouco que valha
lado a lado ao acaso de incerto
escorregando em dedos castigados pelo tempo
volto de longe ouvir as vozes
que me confortam em silêncio
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
(parênteses)
desconcerto
pré (texto)
conceito recondicionado
averso ao suposto
esqueço
deixo de lado
cago
cego digo falo fujo
pré-conceito-teoria
relativamente irrelevante
desfeito
igualdade (des) igual
inferiores seres
serão os primeiros
ser mais ão
incertos
dito-cujo-des-temidos
fracos de caráter
esmos
mesmos idiotas
nós mesmos
fecha parênteses
pré (texto)
conceito recondicionado
averso ao suposto
esqueço
deixo de lado
cago
cego digo falo fujo
pré-conceito-teoria
relativamente irrelevante
desfeito
igualdade (des) igual
inferiores seres
serão os primeiros
ser mais ão
incertos
dito-cujo-des-temidos
fracos de caráter
esmos
mesmos idiotas
nós mesmos
fecha parênteses
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
desculpas esfarrapadas
deixo minha relutância de lado para trocar em segredos, qualquer aparato anestésico que faça sorrir pouco mais eu. vez que tarde avisto tu a distância considerável, olhos cerrados, cansam de ver diferentes formatos de solidão. ao passo que choramos amores outros, perdidos em quantidades significativas de ódio, voltamos passo atrás. cada pós outro. cansado de coisas poucas e singelas desculpas em farrapos, panos e recortes e jornais. se como tu, fosse eu impermeável, insofrível e caloroso, deixar-me-ia respirar pouco mais. significativamente mais. respiro pouco, penso vezes demais. canso e desisto ao primeiro sinal de estrago. tragos homeopáticos discernem pontos de vista embaçados, ofuscados por egoísmo tanto nosso. olho em espelho que tudo diferente fosse de tu, em corpo e voz e vontades. discernimento contrário em razões trocadas a miúde. vestido de dores e castigo, sonho ainda em mentiras nossas e vezes outras em que felicidade acreditamos.
domingo, 25 de dezembro de 2011
pão e vinho
acariciando rostos cansados
certos de respostas fajutas
passo a passo enquando caía
queda livre de tormentas
precipicios cuidadosos
sinestésicas desavenças
cavando buracos no chão
no telhado na continuação das nuvens
onde olhos alcançam o que querem
desejos de morte deliciam-se
levando cada vez mais alto
razão a qual deixaram de lado as verdades
avistando o corpo castigado
mãos aguentam mais que podem
sangrando esperança
em pequenos pedaços de pão dormido
envelhecidos sofrimentos de tanto tempo
quanto necessário fosse
talvez pouco demais
desnecessariamente diferentes
o amor que escondeu
em camadas flageladas
fissura do desgosto
perdeu-se em pecados
e goles de vinho barato
o que ficou para trás
pouco demais
lembranças pequenas e trágicas
quantativamente relativas
relatadas em poucas palavras
amor e ódio e adeus
certos de respostas fajutas
passo a passo enquando caía
queda livre de tormentas
precipicios cuidadosos
sinestésicas desavenças
cavando buracos no chão
no telhado na continuação das nuvens
onde olhos alcançam o que querem
desejos de morte deliciam-se
levando cada vez mais alto
razão a qual deixaram de lado as verdades
avistando o corpo castigado
mãos aguentam mais que podem
sangrando esperança
em pequenos pedaços de pão dormido
envelhecidos sofrimentos de tanto tempo
quanto necessário fosse
talvez pouco demais
desnecessariamente diferentes
o amor que escondeu
em camadas flageladas
fissura do desgosto
perdeu-se em pecados
e goles de vinho barato
o que ficou para trás
pouco demais
lembranças pequenas e trágicas
quantativamente relativas
relatadas em poucas palavras
amor e ódio e adeus
sábado, 24 de dezembro de 2011
fé
avistamos luz
em fim de túneis
caminhos percorridos
misericórdia e benção
carecemos de compania
deliciamos em matéria
esperma e sentimentos fingidos
cuspindo fogo e ódio
em palavras vendidas ao diabo
trocados em pequenas ofertas
sagrado profano que alimenta
o calor do medo acalenta
em pequenas restrições homeopáticas
embrulhos cintilantes
luzes incandescentes
desperdício de enzímas
nossa imaturidade feminina
deitada em cama de outros
putas de abandono e lástima
ajoelhados em chão e poeira
prostrados a chorar em relento
deixamos credo ao imundo
a ignorância que tanto conforta
em fim de túneis
caminhos percorridos
misericórdia e benção
carecemos de compania
deliciamos em matéria
esperma e sentimentos fingidos
cuspindo fogo e ódio
em palavras vendidas ao diabo
trocados em pequenas ofertas
sagrado profano que alimenta
o calor do medo acalenta
em pequenas restrições homeopáticas
embrulhos cintilantes
luzes incandescentes
desperdício de enzímas
nossa imaturidade feminina
deitada em cama de outros
putas de abandono e lástima
ajoelhados em chão e poeira
prostrados a chorar em relento
deixamos credo ao imundo
a ignorância que tanto conforta
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
vício
tempo temos bastante
restos fragmentados
sofridos cuidados
castigo em dedos estranhos
acalma o tormento
ainda temos momentos
em que sorrimos cansados
forçando ao encontro inesperado
de uma felicidade inventada
nossa que mais não nos temos
pouco que resta transborda
em ternura simplória do gozo
voltamos ao que machuca
e suficientes de prazer e estrago
confortamos em ombros errados
as dores de perda e afago
satisfazendo por poucos segundos
o vício que temos do outro
menores descuidos
quando eu era eu
queria ser outro
agora eu que não sou
queria ser eu
outro vem
outros vão
menores descuidos
em pequenos detalhes
eu já não sei quem eu sou
mas sei que não sou
mais eu
queria ser outro
agora eu que não sou
queria ser eu
outro vem
outros vão
menores descuidos
em pequenos detalhes
eu já não sei quem eu sou
mas sei que não sou
mais eu
filho do escuro
sorria a sombra
remorsos passageiros
sou pelos cantos
intrigado
desencanto atestado de fracasso
canto e me acalmo
em mentiras pragmáticas
sempre em frente
desconhecendo
qualquer segundo que se preze
filho do escuro e abstrato
cárcere em frágil desencanto
ao calor de mão que castiga
acalma e afaga
apaga minuciosamente
qualquer tipo de solidão
benção
ando sendas desconhecidas
em devaneio envaidecido
orgulhoso da ignorância
benção acalma olhos
ávidos por choro
forço vontade passageira
diferentes formas de contato
experimentando o abstrato
rabisco em palavras desconexas
o amor que não acredito
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
pegadas
deixo rastros por onde passo
pegadas assimétricas de ébrio
torto em caminhos errados
fraquejando a cada resalvo
destinado ao sucesso forjado
em miúdezas esguias e sujas
deliciando momentos simplórios
avisto o que medo tanto temo
escorrer em lágrimas fajutas
cada pedaço guardado de mágoa
em cuidados delicados
mãos cobertas de poeira
tangem o ar que não respiro
tento peito arde não respiro
deitado de cabeça contrária
volto ao acaso que fosse
em migalhas espalhadas
ordenância desesperada
nas mentiras que me conto
me perco me prendo me mato
pegadas assimétricas de ébrio
torto em caminhos errados
fraquejando a cada resalvo
destinado ao sucesso forjado
em miúdezas esguias e sujas
deliciando momentos simplórios
avisto o que medo tanto temo
escorrer em lágrimas fajutas
cada pedaço guardado de mágoa
em cuidados delicados
mãos cobertas de poeira
tangem o ar que não respiro
tento peito arde não respiro
deitado de cabeça contrária
volto ao acaso que fosse
em migalhas espalhadas
ordenância desesperada
nas mentiras que me conto
me perco me prendo me mato
sábado, 17 de dezembro de 2011
curtos caminhos
tanto tempo posto a esperar sentado
em devaneios descobri
caminhos curtos
diferentes
machuquei-me em teus dedos ásperos
cortes de navalha
supostamente errados
contrário a razão
erramos em escolhas simplórias
o diabo espera-nos
braços abertos
quanto tempo ainda falta
para calarmos bocas outras
insistentes desafetos
monogâmicos pregadores de ódio
fardo bem escondido
encaixotado em dores
fingindo ser um qualquer
semblante
semente de medo e raiva
acolhe e mata
mata de chorar e soluçar e engasga
deixa mãos tuas comigo
encontrarei solidão ao acaso
tentando vez outra sorrir
o mesmo que guardas no rosto
em devaneios descobri
caminhos curtos
diferentes
machuquei-me em teus dedos ásperos
cortes de navalha
supostamente errados
contrário a razão
erramos em escolhas simplórias
o diabo espera-nos
braços abertos
quanto tempo ainda falta
para calarmos bocas outras
insistentes desafetos
monogâmicos pregadores de ódio
fardo bem escondido
encaixotado em dores
fingindo ser um qualquer
semblante
semente de medo e raiva
acolhe e mata
mata de chorar e soluçar e engasga
deixa mãos tuas comigo
encontrarei solidão ao acaso
tentando vez outra sorrir
o mesmo que guardas no rosto
cinzas
rumo ao desconhecido
adormeci olhos cansados
vestindo farrapos e pernas
pequenas ranhuras na pele
cobertos de fogo e névoa
cinzas entalham o caminho
deixamos para trás a esperança
sorrimos remorsos desconhecidos
em tanta sordidez e alento
vejo tu em passos outros
seguindo opostas direções
a cada mentira revelada
temos tempo ao anoitecer
nada tão ruim de fato
vista-se imundices em boca seca
cuspa todas contra mim
não precisamos mais nada
tentativas de recomeço
reconstrução desordenada
a casa fica muito além
onde lar que se fosse
não se preze
não temos nada em cantis
em migalhas sustentamos vício
do ódio amargo e ternuras
entoxicando nos em fumaça
carecemos de movimentos forçados
ao menos sobrevivemos
arrastando corpo em lama e merda
saímos sorrindo satisfeitos
mesmo que derrotados
adormeci olhos cansados
vestindo farrapos e pernas
pequenas ranhuras na pele
cobertos de fogo e névoa
cinzas entalham o caminho
deixamos para trás a esperança
sorrimos remorsos desconhecidos
em tanta sordidez e alento
vejo tu em passos outros
seguindo opostas direções
a cada mentira revelada
temos tempo ao anoitecer
nada tão ruim de fato
vista-se imundices em boca seca
cuspa todas contra mim
não precisamos mais nada
tentativas de recomeço
reconstrução desordenada
a casa fica muito além
onde lar que se fosse
não se preze
não temos nada em cantis
em migalhas sustentamos vício
do ódio amargo e ternuras
entoxicando nos em fumaça
carecemos de movimentos forçados
ao menos sobrevivemos
arrastando corpo em lama e merda
saímos sorrindo satisfeitos
mesmo que derrotados
métrica
esboço
em rabiscos
assimétricos
nossa métrica
desordenada
bagunça
cuidadosa
em desenhos
preto e branco
papel e tinta
mãos que tremem
ao que pressente
seu retrato
esqueci
detalhes
tão pequenos
que nunca mais
vão ser lembrados
em rabiscos
assimétricos
nossa métrica
desordenada
bagunça
cuidadosa
em desenhos
preto e branco
papel e tinta
mãos que tremem
ao que pressente
seu retrato
esqueci
detalhes
tão pequenos
que nunca mais
vão ser lembrados
desconcerto
quanto ia
vontade não faltava
agora volto
perco
procuro
lados errados
moedas velhas
sou de fato
contrário ao que acredito
retalhos
calo-me
falo alto demais
volto
desvio
acalmo
ainda tempo
demais erros
indefesos
parede concreto
matéria
filamentos
perdi vontade
perdi a ida
perdi a volta
ainda mais que o acaso
fico aqui parado
calado
lento
sem um pingo de saudade
sem lágrima
mágoas e desejo
nada em punhos fechados
me nada resvalo
me deixo acaso
me calo
quieto
acabo
vontade não faltava
agora volto
perco
procuro
lados errados
moedas velhas
sou de fato
contrário ao que acredito
retalhos
calo-me
falo alto demais
volto
desvio
acalmo
ainda tempo
demais erros
indefesos
parede concreto
matéria
filamentos
perdi vontade
perdi a ida
perdi a volta
ainda mais que o acaso
fico aqui parado
calado
lento
sem um pingo de saudade
sem lágrima
mágoas e desejo
nada em punhos fechados
me nada resvalo
me deixo acaso
me calo
quieto
acabo
espinhos
em passos miúdos
seguimos direção contrária
revoltamos fragilidades
em pecados insignificantes
achamos de nós em pedaços
recortes gravados em memória
ajustes simbólicos de caráter
vezes outras diferentes
destrinchamos até ossos
pouco dos restos migalhas
espalhadas cuidadosamente
caminho nosso torto
sinuoso e espinhos
devagar vagando
devagando incertezas
eu volto e deixo para trás
estórias mal contadas
descaradamente imprecisas
mentiras descartáveis
ainda assim volto
quantas vezes necessário
volto
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Salomé
ela dança suavemente
enquanto o fogo arde em corações negros
derramando lágrimas
nas mais frias noites
no frio repentino
suportamos demais castigos
estremecidos ossos frágeis
em tristes verdades
das chamas ela surge
e acalma os olhos infelizes
em desejos encarnados
no sangue que escorre
como um pássaro que açoita
virgindade frívola
seu maior desejo
em bandeja de prata
a cabeça de joão batista
toda a poeira escondida
em tapetes de seda
o silêncio dos túmulos gelados
abençoa outras manhãs
glorificando pecados
vaidades imundas
trazidas por mãos astutas
escravas de corpo e carne
das chamas que ardem em pele
enquanto ela dança
exigindo em joelhos e lágrima
servida em bandeja de prata
a cabeça de joão batista
enquanto o fogo arde em corações negros
derramando lágrimas
nas mais frias noites
no frio repentino
suportamos demais castigos
estremecidos ossos frágeis
em tristes verdades
das chamas ela surge
e acalma os olhos infelizes
em desejos encarnados
no sangue que escorre
como um pássaro que açoita
virgindade frívola
seu maior desejo
em bandeja de prata
a cabeça de joão batista
toda a poeira escondida
em tapetes de seda
o silêncio dos túmulos gelados
abençoa outras manhãs
glorificando pecados
vaidades imundas
trazidas por mãos astutas
escravas de corpo e carne
das chamas que ardem em pele
enquanto ela dança
exigindo em joelhos e lágrima
servida em bandeja de prata
a cabeça de joão batista
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
libertinagem
libertinamos o amor
deixamos escorrer em gozo
sorrisos homéricos
desgraças cuidadosas
carecemos de vontade
inapropriadamente nossa
cuspida e errada
espelho quebradiço
palavras que mentem
enganos planejados
abrimos mão de consciência
para saírmos machucados
propósito
cama em que queda o desgosto
carne amarga
lambuzamos abusos açoitos
deliciando a cada pedaço
a merda que deixamos no caminho
rastro e rastros
pouco a boca do lixo
em movimentos paradigmos
arriscando valiosos tormentos
em que nada se resta
enquanto nem mais te reconheço
que ao reflexo aparente
reflito e esqueço
domingo, 4 de dezembro de 2011
papel
do outro lado
da poça de lama
estagnamos segredos
arquitetando revoltas
em pequenos pedaços de papel
enrolados em cuidadosos movimentos ordenados
depois em que a chama acorda
todo o mundo se faz sorrir
os problemas se escondem
corram, corram diz a fumaça
iremos nos esconder
paramos em momento que seja
qualquer um de nós
o que seria do tempo
que chove e chove e brilha
cantarolando sinceras melodias
num ritmo sem fim
danada daninha
que relva em rastros e ri
ri de mim ri de nada ri de nós
volta revolta dorme
até a chama de vez
desaparecer
sábado, 3 de dezembro de 2011
abstinência
sequei lágrimas
tanto tempo depois
jornais espalhados pelo chão
mostram o quanto tentei
e de fato o ultimo estrago
pigarreando lentamente
adormecida mente
dormimos infinitos
desisti sonhos
flácidas lembranças
degustando sal
escorregadio
arrastado
posso guardar cada pedaço
do pouco que restou
sei da importância
amarrada em palavras tolas
o que seremos em diante
daqui para mais o que?
nada vejo em futuro
qual futuro esperar
espero em mim de fato
se pouco pudesse oferecer
tenho mãos erradas
calejadas
logo adiante
em frente olhos cansados
mais uma proeminente escapatória
insistimos ainda erros brandos
em reentrâncias revoltas
castigando corpos nossos
em laborioso tormento
gota por gota que se perde
na abstinência recôndita do gozo
se perde eu
se esconde tu
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
bagagem
carrego pouco comigo
em pequenos trapos
farrapos lembranças
palavras amor e outra qualquer
como qualquer um
passando vindo voltando
alerta e relapso
cansado de sorrir fingimentos
carrego pouco comigo
pequenos pedaços
felicidades travestidas
sombra de dúvidas
sem pensar em nada
pouco que se veja
vejo em cada cuidado
nenhum esforço necessário
para sairmos ilesos
carrego pouco comigo
meus problemas e conquistas
incomodos e segredos
pesadas angústias
carrego em costas cansadas
todas as decepções da vida
e algumas tantas horas perdidas
em pequenos trapos
farrapos lembranças
palavras amor e outra qualquer
como qualquer um
passando vindo voltando
alerta e relapso
cansado de sorrir fingimentos
carrego pouco comigo
pequenos pedaços
felicidades travestidas
sombra de dúvidas
sem pensar em nada
pouco que se veja
vejo em cada cuidado
nenhum esforço necessário
para sairmos ilesos
carrego pouco comigo
meus problemas e conquistas
incomodos e segredos
pesadas angústias
carrego em costas cansadas
todas as decepções da vida
e algumas tantas horas perdidas
ato contrário
tudo quanto fosse real
inimaginavelmente seguro
eu vi de longe as falhas
e rachaduras no caminho
tive um momento oportuno
entre ressabiados passos mudos
cheios de nada na cabeça
vazios de peito e mágoas
e acompanhando de rente a chuva
caída em vertigens esporádicas
vi olhos chorando de raiva
medo ou displicência ou coisa que o valha
e nunca se tarde quanto fosse
minha voz falhara de fato
tanto grito calado
as verdades envergonhadas
diziam para o tempo passar
se passa e volta e acalma
quantas vezes fossem
e nas rosas de espinhos frágeis
tocamos mão e dedos
medrosos dedos gelados
reticulando partículas móveis
dos anexos proeminentes
em quais os dois ficamos tardes
voltarei atrás caso contrário
acordo em sono e fome e morte
em dias que não voltarão mais
passo de tudo que suposto
desejo angústias enumeradas
cada uma em lugar disposto
desconcertos compromissados com desgosto
redirecionados para o nada
somente eu homem de sorte
vejo ao longe que nada perdi
perdi de fato vontade própria
esqueci em bolsos arruaceiros
que tanto já esconderam de mim
e voltando ao início de suposto
contrário em atos controlados
subimos vista e olhos cansados
imaginando pássaros que fossem
voamos baixo e caímos cedo
antes de hora longe de fugir
em qualquer moribundo momento
voltamos cansados da fuga
ao recomeço desesperado
para ser somente o que não somos
inimaginavelmente seguro
eu vi de longe as falhas
e rachaduras no caminho
tive um momento oportuno
entre ressabiados passos mudos
cheios de nada na cabeça
vazios de peito e mágoas
e acompanhando de rente a chuva
caída em vertigens esporádicas
vi olhos chorando de raiva
medo ou displicência ou coisa que o valha
e nunca se tarde quanto fosse
minha voz falhara de fato
tanto grito calado
as verdades envergonhadas
diziam para o tempo passar
se passa e volta e acalma
quantas vezes fossem
e nas rosas de espinhos frágeis
tocamos mão e dedos
medrosos dedos gelados
reticulando partículas móveis
dos anexos proeminentes
em quais os dois ficamos tardes
voltarei atrás caso contrário
acordo em sono e fome e morte
em dias que não voltarão mais
passo de tudo que suposto
desejo angústias enumeradas
cada uma em lugar disposto
desconcertos compromissados com desgosto
redirecionados para o nada
somente eu homem de sorte
vejo ao longe que nada perdi
perdi de fato vontade própria
esqueci em bolsos arruaceiros
que tanto já esconderam de mim
e voltando ao início de suposto
contrário em atos controlados
subimos vista e olhos cansados
imaginando pássaros que fossem
voamos baixo e caímos cedo
antes de hora longe de fugir
em qualquer moribundo momento
voltamos cansados da fuga
ao recomeço desesperado
para ser somente o que não somos
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
espinhos
louco de pedra
pau e espinhos
pouco incerto
errante sossego
calma que bate
acalma brando
fogo ardente
outras vontades
diversas vezes
mentiras sinceras
trocando em miúdos
o que foi embora
ficou em pedaços
minha certeza na tua
sozinha a chorar
pau e espinhos
pouco incerto
errante sossego
calma que bate
acalma brando
fogo ardente
outras vontades
diversas vezes
mentiras sinceras
trocando em miúdos
o que foi embora
ficou em pedaços
minha certeza na tua
sozinha a chorar
domingo, 27 de novembro de 2011
choro
o choro
que chora
ri de nós
o canto
que encanta
assuta
e voz e berro
canta quanto for
cantamos dor
assobiamos
ressabios
ressentidos
repetidos
sorrisos
chora tu
ri de mim
ri de nós
chora eu
eu mais tu
em nós dois
um número
de choro
sem fim
que chora
ri de nós
o canto
que encanta
assuta
e voz e berro
canta quanto for
cantamos dor
assobiamos
ressabios
ressentidos
repetidos
sorrisos
chora tu
ri de mim
ri de nós
chora eu
eu mais tu
em nós dois
um número
de choro
sem fim
remorso
ressabiados como outras vezes antes, carecemo-nos de vontade própria, e prostramos a esperar, cobertos de sordidez e paciência, tudo quanto fosse, mesmo que por pouco tempo, confortável e caloroso. peito aberto em feridas negras, entalhadas em moscas e vestes imundas, arrancamos coração com punhos de ferro, jogamos lixo, tudo o que poderia ser descrito como amor. por que amor que se valha, não deixa morrer outro de fome, com tripas magras, despostas em meio a poeira e sombras. sentado em cu cansado de sentar, esperar e chover, molhando e afogando mágoas, estritamente reservadas em garrafas de aguardente de inferior qualidade.
o sol não acorda mais e a tu, que não mais que ninguém diferente, ou especial ou coisa assim, deixou de passar a tanto tempo, imploro eu mais um bocado de cuidado e abraços e dentes. já não carrego comigo os meus. vejo com olhos outros, dias e noites passando, cansando e fedendo a merda, e além de tudo quando fosse real ou melhor, ou mesmo carregado de anestésicos ilícitos, aqueles cuja função serve apenas para facilitar momentos breves, esperei em pele, esperei em carne e osso, esperei. então como se nada fosse facilitadamente disposto de modo organizado, pronto a nos trazer respostas quantas fossem, não avistei a tu outra vez. não vi mais nada.
o sol não acorda mais e a tu, que não mais que ninguém diferente, ou especial ou coisa assim, deixou de passar a tanto tempo, imploro eu mais um bocado de cuidado e abraços e dentes. já não carrego comigo os meus. vejo com olhos outros, dias e noites passando, cansando e fedendo a merda, e além de tudo quando fosse real ou melhor, ou mesmo carregado de anestésicos ilícitos, aqueles cuja função serve apenas para facilitar momentos breves, esperei em pele, esperei em carne e osso, esperei. então como se nada fosse facilitadamente disposto de modo organizado, pronto a nos trazer respostas quantas fossem, não avistei a tu outra vez. não vi mais nada.
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