fumando o ultimo cigarro do mundo
percebi que corria depressa demais
deixei cair a minha caixinha de surpresas
meus pulmões já se mostram de noite
não guardei lembranças e nenhum remorso
nenhuma forma de me proteger
não acredito em despretensão
a ultima cinza desceu suavemente
como um afago
no rosto que tocarei nunca mais
e nem mais perceberei os espelhos
quanto mais imaginar os mecanismos diversos
de um corpo que sonha em um corpo somente
para que em corpo nenhum reste o abrigo
não deveria sonhar qualquer forma de perigo
por que lá se foram os cuidados
guardados em gavetas trancadas
encarcerados num isqueiro apagado
onde deixei escapar todo o gás
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
abajures acesos
vivo em uma interminável insônia
me entupo de comprimidos e acessos de tosse
tenho comigo os frascos vazios das horas perdidas
esgotaram antes todas as areias do tempo
não vivo o minuto do agora que se perde
ainda é tarde demais para um cochilo
a vida dos travesseiros deve ser bem difícil
vivem explorando o mundo do lado de fora
de uma cabeça explodida em pedaços simétricos
e cada gota de sonífero que desperdiço
a cera quente deixa sua marca de mordida
dos dentes amarelados do esquecido
a noite é fruto de sonhos e anidrido
o sulfuroso amargor que tanto fomento
trás consigo
os piores pesadelos de infância
onde dormir era o melhor dos castigos
me entupo de comprimidos e acessos de tosse
tenho comigo os frascos vazios das horas perdidas
esgotaram antes todas as areias do tempo
não vivo o minuto do agora que se perde
ainda é tarde demais para um cochilo
a vida dos travesseiros deve ser bem difícil
vivem explorando o mundo do lado de fora
de uma cabeça explodida em pedaços simétricos
e cada gota de sonífero que desperdiço
a cera quente deixa sua marca de mordida
dos dentes amarelados do esquecido
a noite é fruto de sonhos e anidrido
o sulfuroso amargor que tanto fomento
trás consigo
os piores pesadelos de infância
onde dormir era o melhor dos castigos
terça-feira, 28 de outubro de 2014
palácios impecáveis
somos os mais belos fracassos
de toda a vontade de cair pelas escadas
e nossas cabeças tocam o frio devastador
do que nada de deixarmos para trás
de importante ou do que ser o agora
a realidade de cada insignificante segundo
temos hora marcada com o desespero
e passamos mal dos nervos e trejeitos
construímos nossa formosura arquitetada
em tijolos estraçalhados e impecáveis
somos de natureza morta e cores vibrantes
do pequeno detalhe de marrom enrolado no pulso
que já marcou outras bocas famigeradas
da vontade de dormir mais cedo
não saber de onde acordar
temos o medo da rua e das verdades asfixiantes
e respiramos o ar puro
contaminado pelo próprio desejo
de sermos desejados
e sonharmos em palácios perfeitos
de toda a vontade de cair pelas escadas
e nossas cabeças tocam o frio devastador
do que nada de deixarmos para trás
de importante ou do que ser o agora
a realidade de cada insignificante segundo
temos hora marcada com o desespero
e passamos mal dos nervos e trejeitos
construímos nossa formosura arquitetada
em tijolos estraçalhados e impecáveis
somos de natureza morta e cores vibrantes
do pequeno detalhe de marrom enrolado no pulso
que já marcou outras bocas famigeradas
da vontade de dormir mais cedo
não saber de onde acordar
temos o medo da rua e das verdades asfixiantes
e respiramos o ar puro
contaminado pelo próprio desejo
de sermos desejados
e sonharmos em palácios perfeitos
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
notas amadeiradas
guardo o teu perfume nos lábios
e nos bolsos a lembrança dos isqueiros
o cheiro enfeitado de cigarro
que implora por ficar
suplicar os dedos enrugados de esperar
a chuva que suicidaria o desespero
perpetuando memórias encaixadas
dentro de uma caixinha metálica
que canta as mesmas músicas até tarde
das mesmas quase todas as noites
em tons sutilmente sui generis
de nuances azul escuro e vermelho
reflexos de um espelho convexo
somos os olhos que vislumbram
a bailarina feita de porcelana
que só termina sua ciranda
quando o dia amanhece
e nos bolsos a lembrança dos isqueiros
o cheiro enfeitado de cigarro
que implora por ficar
suplicar os dedos enrugados de esperar
a chuva que suicidaria o desespero
perpetuando memórias encaixadas
dentro de uma caixinha metálica
que canta as mesmas músicas até tarde
das mesmas quase todas as noites
em tons sutilmente sui generis
de nuances azul escuro e vermelho
reflexos de um espelho convexo
somos os olhos que vislumbram
a bailarina feita de porcelana
que só termina sua ciranda
quando o dia amanhece
domingo, 26 de outubro de 2014
caixa de remédios
o melhor remédio de esconder
que de nós não tenhamos nada
nos comprimidos sobre a cabeceira
nenhum travesseiro para que de mim
e de mim que fiz abrigo passageiro
e fortaleza de caixas de papelão
desenhando em calcanhares
borboletas e flores artificiais
já decorei meus rascunhos
de todas as múltiplas personalidades
e todas elas me odeiam
que de nós não tenhamos nada
nos comprimidos sobre a cabeceira
nenhum travesseiro para que de mim
e de mim que fiz abrigo passageiro
e fortaleza de caixas de papelão
desenhando em calcanhares
borboletas e flores artificiais
já decorei meus rascunhos
de todas as múltiplas personalidades
e todas elas me odeiam
sábado, 25 de outubro de 2014
caixas de papelão
sou filho do medo de deixar os pés de fora
o eternamente engolido e regurgitado
sou o mesmo recorte deformado
do ser mesmo fruto da noite e do dia começado
da maçã podre que perde a luta para a gravidade
sou o que ainda começa tarde demais
não tenho conhecimento sobre o funcionar mecânico do tempo
o relógio dita as regras de quando terminar
e todos os sinos batem da mesma forma
fui catequizado por quem ornava os maiores receios
e pelo tempo perdido sobre o que falar de boca cheia
ser o feio por brincar com o que deveria engolir
não deveria ter falado tanto
já perdi todos os dentes
e agora me mordo com a raiva de outros
o eternamente engolido e regurgitado
sou o mesmo recorte deformado
do ser mesmo fruto da noite e do dia começado
da maçã podre que perde a luta para a gravidade
sou o que ainda começa tarde demais
não tenho conhecimento sobre o funcionar mecânico do tempo
o relógio dita as regras de quando terminar
e todos os sinos batem da mesma forma
fui catequizado por quem ornava os maiores receios
e pelo tempo perdido sobre o que falar de boca cheia
ser o feio por brincar com o que deveria engolir
não deveria ter falado tanto
já perdi todos os dentes
e agora me mordo com a raiva de outros
enlatados à base de tomate
o prazo de validade na prateleira de cima
aponta o mofo que se formou em torno de entornos
trejeitos e vontades desfiguradas
de não servir de nada e não ser o lixo
afundar o máximo e segurar o amoníaco
o ar que respiro é veneno intragável
e ainda trago os filtros avermelhados
para saber o sabor de cortejar a incompetência
já deu a hora e todo o corpo e a descrença na existência
no mais longe que guardo meus chapéus de couro
sou de pele pregada em lençóis roubados de casas de repouso
onde descanso meus ossos tão jovens e repletos de cálcio
o conforto que acalenta é o mesmo que lhe arranca a fala
os pulmões suspiram por um pouco mais de esporos
apodrecendo por dentro de tão pouco que demora
e a hora que não passa faz falta no que seria o amanhã
para satisfazer as marcas de cigarro
em alguém para lhe cobrir nos dias frios e banhos quentes
a água que ferve não me serve de beber
sou de frio por fora e gripes homeopáticas
e ainda para quem a mentira em desmentir mentiroso
nos cobertores que me protegem do agouro
do diabo que mora detrás dos pés da cama
sou o endiabrado
aponta o mofo que se formou em torno de entornos
trejeitos e vontades desfiguradas
de não servir de nada e não ser o lixo
afundar o máximo e segurar o amoníaco
o ar que respiro é veneno intragável
e ainda trago os filtros avermelhados
para saber o sabor de cortejar a incompetência
já deu a hora e todo o corpo e a descrença na existência
no mais longe que guardo meus chapéus de couro
sou de pele pregada em lençóis roubados de casas de repouso
onde descanso meus ossos tão jovens e repletos de cálcio
o conforto que acalenta é o mesmo que lhe arranca a fala
os pulmões suspiram por um pouco mais de esporos
apodrecendo por dentro de tão pouco que demora
e a hora que não passa faz falta no que seria o amanhã
para satisfazer as marcas de cigarro
em alguém para lhe cobrir nos dias frios e banhos quentes
a água que ferve não me serve de beber
sou de frio por fora e gripes homeopáticas
e ainda para quem a mentira em desmentir mentiroso
nos cobertores que me protegem do agouro
do diabo que mora detrás dos pés da cama
sou o endiabrado
falta de ar
o que mais corrói é o cabo metálico
o que busca o saborear do amor etéreo
fios de cobre encapados onde fazemos moradia
outras dores passageiras passamos em milésimos
somos os segundos que não aconteceram
o medo relativo que acaba aos poucos e demora
demora horas e minutos e nenhum relógio
de como finda ao ar que relaxa os pulmões agoniados
os olhos vermelhos fazem jus a presilhas na janela
não temos tempo para depois nem tempo que for
quanto o limite da covardia se acovarda
o ultimo suspiro ou o sussurro para não continuar
a vida é a continuidade do ínfimo que tão passageiro
passa sem deixar rastros vaidosos
o sufocar é o que de feio nos trás o agouro
somos levados em vagões vazios e repletos de lixo
e catamos todos eles como alimento
ficam deles a degustação das marcas no pescoço
o temor é maior quando a tonalidade pálida se torna o oco
e de nada podemos a nos acovardar
do que sermos os maiores covardes de sermos somente covardes
estar por alguns outros passos para trás e desatar os nós
ou mesmo o desistir de andar ou de findar o sufoco
ambos são igualmente covardes
o sufocar e o sufocado
o que busca o saborear do amor etéreo
fios de cobre encapados onde fazemos moradia
outras dores passageiras passamos em milésimos
somos os segundos que não aconteceram
o medo relativo que acaba aos poucos e demora
demora horas e minutos e nenhum relógio
de como finda ao ar que relaxa os pulmões agoniados
os olhos vermelhos fazem jus a presilhas na janela
não temos tempo para depois nem tempo que for
quanto o limite da covardia se acovarda
o ultimo suspiro ou o sussurro para não continuar
a vida é a continuidade do ínfimo que tão passageiro
passa sem deixar rastros vaidosos
o sufocar é o que de feio nos trás o agouro
somos levados em vagões vazios e repletos de lixo
e catamos todos eles como alimento
ficam deles a degustação das marcas no pescoço
o temor é maior quando a tonalidade pálida se torna o oco
e de nada podemos a nos acovardar
do que sermos os maiores covardes de sermos somente covardes
estar por alguns outros passos para trás e desatar os nós
ou mesmo o desistir de andar ou de findar o sufoco
ambos são igualmente covardes
o sufocar e o sufocado
roupas no varal
nosso prazo de validade entrou em expiração
nosso praxe de idoneidade saiu de piração
deixou rastros molhados e umidificados em saliva
com sabor de menta e Benzodiazepínicos
o estomago que corrói o corroído
o gofo de sangue de recém nascido
nasce de novo e morre todos os dias
dias santos e horas que não passam
são relógios pendurados em paredes de reboco
somos o cal que afinge
os olhos dos cegos e pernoitados
por andarmos tão pouco e depressa
temos hora marcada para perder tempo
perdemos demais para guardarmos o que for desnecessário
o depois que nunca chega e exige o agora
das outras vezes que saboreamos a mentira mal contada
mal lavada mal dita mal desfeita em outros martírios
o mesmo repetir de palavras mal rasgadas
somos roupas sujas em varais a meio vento
somos o trapo que pusemos ao relento
e nada para que nos leve daqui
ou traga de volta para casa
qualquer conforto de casa
não temos portas ou corrimões e ante salas
somos mais alguns comprimidos entalados
e gotas suficientes de ostracismo
para não que sobrem nem mais os momentos
parimos nas escadas
somos a sorte que esqueceu de nascer de novo
somos a morte que não quer morrer de medo
somos a parte que esqueceu de ser
somos trapos em pregadores de madeira e metal
somos apenas roupas no varal
nosso praxe de idoneidade saiu de piração
deixou rastros molhados e umidificados em saliva
com sabor de menta e Benzodiazepínicos
o estomago que corrói o corroído
o gofo de sangue de recém nascido
nasce de novo e morre todos os dias
dias santos e horas que não passam
são relógios pendurados em paredes de reboco
somos o cal que afinge
os olhos dos cegos e pernoitados
por andarmos tão pouco e depressa
temos hora marcada para perder tempo
perdemos demais para guardarmos o que for desnecessário
o depois que nunca chega e exige o agora
das outras vezes que saboreamos a mentira mal contada
mal lavada mal dita mal desfeita em outros martírios
o mesmo repetir de palavras mal rasgadas
somos roupas sujas em varais a meio vento
somos o trapo que pusemos ao relento
e nada para que nos leve daqui
ou traga de volta para casa
qualquer conforto de casa
não temos portas ou corrimões e ante salas
somos mais alguns comprimidos entalados
e gotas suficientes de ostracismo
para não que sobrem nem mais os momentos
parimos nas escadas
somos a sorte que esqueceu de nascer de novo
somos a morte que não quer morrer de medo
somos a parte que esqueceu de ser
somos trapos em pregadores de madeira e metal
somos apenas roupas no varal
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
os comprimidos sobre a cabeceira
na calada da noite a voz que sussurra é ruido
a porta que abre e a gota de água enferrujada na pia
quebraram-se os vidros e compotas herméticas
nossos compromissos deliciaram-se de asfalto
o chão é o amigo que não se nega esforçar
deitamos de lado para ludibriar as ancas
lubrificamos todo o peso nas costas de um mundo perdido
de uma vontade vexatória do escondido
os pecados são palavras em algum ponto de vista
alguns pontos cintilantes em microscópio científico
pouco de enxergar e nada que reste de esforço
sou o culpado do pouco que não entendi como esforço
nesse lado de cá do eterno desdenhar do eterno
o efêmero amar o que lhe pouco parece repetir
amei de mais pouco que já nem contas aprendi
resultado de um desamar que meramente confortável
como se só bastassem mais dois comprimidos
para no fim de noite todas as bocas calarem
ao meu ver aceitar um destino irrefutável
nada é demais para quem pouco penhora
chora de lágrimas e soluços ainda que secos
o depois nunca chegará
nem o agora (partindo do imediatismo do agora)
mostra-se trejeitos suficientes para ficar
a porta que abre e a gota de água enferrujada na pia
quebraram-se os vidros e compotas herméticas
nossos compromissos deliciaram-se de asfalto
o chão é o amigo que não se nega esforçar
deitamos de lado para ludibriar as ancas
lubrificamos todo o peso nas costas de um mundo perdido
de uma vontade vexatória do escondido
os pecados são palavras em algum ponto de vista
alguns pontos cintilantes em microscópio científico
pouco de enxergar e nada que reste de esforço
sou o culpado do pouco que não entendi como esforço
nesse lado de cá do eterno desdenhar do eterno
o efêmero amar o que lhe pouco parece repetir
amei de mais pouco que já nem contas aprendi
resultado de um desamar que meramente confortável
como se só bastassem mais dois comprimidos
para no fim de noite todas as bocas calarem
ao meu ver aceitar um destino irrefutável
nada é demais para quem pouco penhora
chora de lágrimas e soluços ainda que secos
o depois nunca chegará
nem o agora (partindo do imediatismo do agora)
mostra-se trejeitos suficientes para ficar
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
âncoras enferrujadas
nosso incisivo significado de desespero
dá margem de erros onde os olhos não alcançam
e tememos morrer afogados
para que não mais imploremos sossego
eram as âncoras que jamais nos lançam
para que afundemos de pés e corpo e cabeça
em nossos beijos roubados
condenados à morte
perpetuados em pouca coisa
ou nada
reproduzimos nada de diferente
não temos o direito de nos calar por dentro
nosso falatório não tem documento
nem destino que nos faça partir
tomamos religiosamente
nossos remédios descontrolados
pelas mãos que tremem em nós
as mesmas que consolam os outros
para que possamos decidir o que não vemos
e ver é o que sempre não podemos
deliberadamente afogar
dá margem de erros onde os olhos não alcançam
e tememos morrer afogados
para que não mais imploremos sossego
eram as âncoras que jamais nos lançam
para que afundemos de pés e corpo e cabeça
em nossos beijos roubados
condenados à morte
perpetuados em pouca coisa
ou nada
reproduzimos nada de diferente
não temos o direito de nos calar por dentro
nosso falatório não tem documento
nem destino que nos faça partir
tomamos religiosamente
nossos remédios descontrolados
pelas mãos que tremem em nós
as mesmas que consolam os outros
para que possamos decidir o que não vemos
e ver é o que sempre não podemos
deliberadamente afogar
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
esmalte vermelho
as unhas pintadas de vermelho sangue
dos dedos roídos de agonia
escapam suavemente entre reentrâncias
onde saímos ilesos
por não sermos quem realmente somos
ainda somos frutos do meio
frutos apodrecidos de tempo
de certezas maculadas dos verões que já foram
sem nenhum sol para nos aquecer
morreremos na lua
no lado obscuro de lá
do lado errado do muro
do lado de cá qualquer for
não enxergamos saída
mesmo que nos indiquem a saída
com uma placa fluorescente
não entendemos o efeito brilhante
nossas direções sempre apontam
em caminhos contrários
dos dedos roídos de agonia
escapam suavemente entre reentrâncias
onde saímos ilesos
por não sermos quem realmente somos
ainda somos frutos do meio
frutos apodrecidos de tempo
de certezas maculadas dos verões que já foram
sem nenhum sol para nos aquecer
morreremos na lua
no lado obscuro de lá
do lado errado do muro
do lado de cá qualquer for
não enxergamos saída
mesmo que nos indiquem a saída
com uma placa fluorescente
não entendemos o efeito brilhante
nossas direções sempre apontam
em caminhos contrários
pretensões elegantes
o que faz desenterrar buracos eternos em jardins sagrados
o cintilante cheiro de amores estragados
o amor que era pouco acabou e perdeu toda compostura
seguramos tubos de ensaio como não fossemos tropeçar
o chão é o bastante para quem vive em asas de plástico
lugar de abrigo e baixas temperaturas em desconforto
todas as mãos que nos afagam
são as mesmas que nos espancamos
já fomos de outros caracteres e máscaras de papel
já fomos de outros tempos e pretensões elegantes
já fomos de outros mundos e mesmas histórias
nunca mais somos ou jamais seremos
seres
o cintilante cheiro de amores estragados
o amor que era pouco acabou e perdeu toda compostura
seguramos tubos de ensaio como não fossemos tropeçar
o chão é o bastante para quem vive em asas de plástico
lugar de abrigo e baixas temperaturas em desconforto
todas as mãos que nos afagam
são as mesmas que nos espancamos
já fomos de outros caracteres e máscaras de papel
já fomos de outros tempos e pretensões elegantes
já fomos de outros mundos e mesmas histórias
nunca mais somos ou jamais seremos
seres
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