guardo o teu perfume nos lábios
e nos bolsos a lembrança dos isqueiros
o cheiro enfeitado de cigarro
que implora por ficar
suplicar os dedos enrugados de esperar
a chuva que suicidaria o desespero
perpetuando memórias encaixadas
dentro de uma caixinha metálica
que canta as mesmas músicas até tarde
das mesmas quase todas as noites
em tons sutilmente sui generis
de nuances azul escuro e vermelho
reflexos de um espelho convexo
somos os olhos que vislumbram
a bailarina feita de porcelana
que só termina sua ciranda
quando o dia amanhece
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