as unhas pintadas de vermelho sangue
dos dedos roídos de agonia
escapam suavemente entre reentrâncias
onde saímos ilesos
por não sermos quem realmente somos
ainda somos frutos do meio
frutos apodrecidos de tempo
de certezas maculadas dos verões que já foram
sem nenhum sol para nos aquecer
morreremos na lua
no lado obscuro de lá
do lado errado do muro
do lado de cá qualquer for
não enxergamos saída
mesmo que nos indiquem a saída
com uma placa fluorescente
não entendemos o efeito brilhante
nossas direções sempre apontam
em caminhos contrários
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