sexta-feira, 13 de setembro de 2013

amanhã de manhã

somos aqueles olhos fechados em cima da estante
nos aquecendo em fumaça de cigarro
por tudo aquilo que não vimos
me calo a boca e quieto cale-se
não precisamos de todo esse barulho
nosso mérito é o ruído


cercados de outros caminhos errados
abençoados somos filhos do acaso
oramos a deus e todos os seus pecados

ermos as nossas cabeças cortadas
servem de abrigo para ideias inacabadas
temos nossa vontade e muito sono
temos cama
e nenhuma vontade de dormir

o salvador não nos espera de braços abertos
somos toda a forma de felicidade
concentrada em potes bem fechados
somos o amanhã de manhã