segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

sonhos infinitos

o cognitivo desprazer que transcende a culpa
do incógnito torturar o que não saber
a água que escorre entre os dentes de fome
fazem o sufoco que nutre líquidos corpóreos
lúgubres atentados ao pudor e causas divinas
a obra de arte que atenta o encarnado
nas mãos que restam o sossego de casa
deixa sozinha a criança morta no berço
anda de noite por entre vielas fulgurosas
para que não tenha os olhos e vidraças
não enxergar o indelével prazer do obscuro
do lugar escondido debaixo das escadas
onde são fabricados os mais belos dissabores
os sonhos infinitos e o tempo impaciente
prostrados na urgência em acabar

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