sábado, 23 de julho de 2011

tempos em tempos

o filho do tempo
bateu em minha porta
o que queres aqui?
não tenho nada a dizer
(digamos que seja simples assim)
voltarei depois
a insistência assusta
respiro devagar
mas ainda sinto a fumaça

por que tantas escolhas?
certamente o errado é coerente
com o fato contrario ao oposto
mesmo assim ainda persisto
com o resultado anamórfico
desisto...

estou velho e já não falo mais
o tempo passa depressa demais
talvez para mim ou para todos
não saberia responder

tento ocupar o meu espaço
inevitavelmente longe daqui
amor  (cansei dessa palavra)
espero um pouco, quem sabe?
não preciso de você?
talvez precise de verdade

fumei tantos cigarros
uns atrás dos outros
apressados cigarros baratos
anestesiando a ansiedade
o que fazer?
fuja comigo
e vamos fumar mais.

2 comentários:

  1. Entre um cigarro e outro o desconexo completamente conexo toma conta e nos descobrimos quase santos diante de toda a insanidade.
    Intensamente descobrir todos os dias o sentindo sem parar um minuto para tomar um fôlego.
    E que sejam tanto cigarros quanto preciso, pois deles saem os devaneios mais verdadeiros.

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